segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ô mundo difícil !!!

                Você já ouviu falar na expressão “o sem jeito mandou lembrança”? Ou conhece alguém que “não acerta uma”? Ou ainda, alguém que está sempre tropeçando em alguma coisa, ou derrubando algo, ou fazendo alguma besteira inconsciente? Pois é, gente. Assim como existem as pessoas que se consideram normais e as que comprovadamente são diagnosticadas como deficientes mentais, existe o grupo intermediário formado pelos desastrados ou simplesmente “doidinhos” como as pessoas costumam chamar esses seres humanos altamente previsíveis.
         Eles são normalmente inofensivos, alguns bem humorados, falantes (ou não) estão em todo canto. No trabalho, na noite, dentro da sua casa, tem sempre um tipo desses fazendo alguma bobagem ou dando algum tipo de prejuízo. A grande maioria dos que conheço são “gente boa” e quando não dão prejuizos materiais são sempre divertidos nas suas trapalhadas do dia a dia.
         - Sai de perto dessa árvore de natal!
         - Tira esse menino de perto dessas panelas!
         São frases muito ouvidas quando um desses nossos amigos está por perto.    Outra característica desse tipo de gente: a incapacidade de fazer as coisas numa sequência lógica ou de colocar alguma coisa pra funcionar sem quebrar. Esses personagens de mente apressada e confusa aparecem muito na hora que você precisa de um favor ou de fazer alguma coisa doméstica na cozinha, por exemplo.
         - Trocar lâmpadas já é pedir demais!
         Geralmente, com medo do vacilo iminente dizem não sabem fazer nada ou “se metem” a fazer tudo. Por conta dessa inabilidade natural o acidente está sempre por perto.
         Tudo se torna mais complicado (tá na moda essa palavra) quando o assunto diz respeito a coisas simples, como: fazer um café, abrir uma fechadura ou limpar uma casa. Os celulares e computadores sofrem nas mãos desses doidinhos. É virus na certa quando um desses malucos entra num cyber. Conheço um que basta passar perto de um celular, o bicho já dá um jeito de cair e quebrar. E como são amigos, a gente sempre perdoa e dependendo do tamanho do prejuízo, até se diverte com tanta trapalhada.
         Tem maluco “normal” de todo jeito. Existem os espertos que “pensando” que são realmente loucos tentam se aposentar por invalidez e não conseguem. Os especialistas sabem a diferença entre um doido de verdade e um “doidim” e frustram as expectativas desses quase normais que passam a se achar anormais e injustiçados por conta dessas decisões médicas. Alguns até enlouquecem de verdade, mas aí, já é tarde.
         - E aí, já se aposentou?
         - Deu certo não. Fiz todo tipo de loucura na frente do médico, mas ele não acreditou. Tu acredita?
         - Acredito cara. Você não é louco! É apenas um doidim alegre! Não trabalha porque não quer! Inventaram essa tua doidice e tu pegou corda.
         Como vocês perceberam, existem os doidinhos metidos a espertos, mas, na vida real, muitos tentam agir dentro da normalidade. Assim casam, constituem família, se separam (quando a louça começa a quebrar, as mulheres perdem logo a paciência), trabalham em bons empregos (na prefeitura tem vários) até aprendem a controlar a vontade de fazer alguma besteira. Mas, como a coisa está na veia, a trapalhada sempre acontece.
         Quando me deparo com esse tipo de amigo tentado acertar alguma coisa e errando sempre, costumo exclamar: ô mundo difícil! Ô planeta enigmático! O consolo é que não só homens sofrem dessa anomalia, como também as mulheres. A diferença é que as mulheres por serem mulheres são sempre perdoadas pelos pequenos vacilos, principalmente se forem ricas, bonitas e gostosas.
         - Ela é bem bonitinha, né?
         - É, mas é meio doidinha. Fiquei foi com medo dela. Chegou no motel quebrou logo a chave na porta...
         Que eu saiba, não existem estatísticas sobre a quantidade de gente ou a classe social que se enquadra nessa linha “meio louca” da população. Mas todos conhecem alguém com as características acima citadas. Ou você ama ou não gosta dos doidinhos da sua vida ou, simplesmente, se acostuma. Afinal, já diziam os antigos: de médico e de louco todo mundo tem um pouco. Ou não?
Fernando Veras

6 comentários:

  1. Tem sempre alguém com essas características no nosso meio. Conheço uns quatro que se enquadram perfeitamente.

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  2. kkk, muito boa!!!manda uma cópia dessa para o médico do Samarone!!!!

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  3. Qualquer semelhança do personagem do texto com o Samarone é mera coincidência.kkkkkkk

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  4. Ah! Os doidinhos e doidinhas... Adoro todos eles. Ninguém tem culpa de ser desastrado. Como são previsíveis, avise logo antes: cuidado aí hein! kkkkkkkkkkkk

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